terça-feira, 27 de abril de 2010

"Antropologia do Ciborgue" e "O Casaco de Marx"

Essa semana comprei esses dois livrinhos (pequenos só no tamanho) e deixo aqui a dica. Aliás eles estão em promoção na Livraria Martins Fontes.

"O casaco de Marx: roupas, memória, dor"
Num texto poético e comovente, Peter Stallybrass nos faz pensar sobre nossa relação com as roupas e com as coisas em geral. Através das idas e vindas do casaco de Marx, Stallybrass nos faz refletir sobre as complexas relações entre as coisas como objetos de uso, como objetos aos quais imprimimos nossas marcas, como objetos que carregam nossa memória, e as coisas como mercadorias - precisamente o problema de Marx em O Capital

"Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano"
O ciborgue nos força a pensar não em termos de “sujeitos”, de átomos ou de indivíduos, mas em termos de fluxos e intensidades. O mundo não seria constituído, então, de unidades (“sujeitos”) de onde partiriam as ações sobre outras unidades, mas, inversamente, de correntes e circuitos que encontram aquelas unidades em sua passagem. Integre-se, pois, à corrente. Plugue-se. A uma tomada. Ou a uma máquina. Ou a outro humano. Ou a um ciborgue. Eletrifique-se. O humano se dissolve como unidade.

Deixo ainda, à vocês, uma anedota de Paul Auster:

Um amigo andava desesperadamente atrás de um livro que queria muito, mas não conseguia encontrar em lugar algum. Após meses de busca, passeando pela Grand Central Station, em Nova York, avista uma moça que lia exatamente o cobiçado livro. Aborda-a, conta que andava atrás do livro e pergunta onde poderia encontrá-lo. Ela diz que o livro é maravilhoso. "É para você", disse. "Mas é seu", disse ele. "Era", respondeu ela, "terminei de lê-lo. Vim aqui hoje para dá-lo a você".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Consumismo entre os "tween"



Super interessante a matéria de capa da última edição do jornal da Unicamp. Uma pesquisa mostrou o alto consumo entre os "tween", ou seja, pré-adolescentes - crianças entre 8 e 14 anos.

Veja a reportagem na íntegra: pequenos consumidores


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Consumo: Por que a gente é assim? Com vocês Lívia Barbosa


Estive ontem (08/04/10) no espaço cultural CPFL para conferir a fala de Lívia Barbosa. A antropóloga começou refletindo sobre as possibilidades de resposta à pergunta que intitulou sua fala: Por que a gente é assim? Se por um lado ela poderia desculpar-se por sermos assim (desse nosso jeitinho), por outro, ela poderia lançar uma nova questão: assim como?
Foi o que fez Lívia, lançando uma reflexão acerca do por que consumimos da forma como o fazemos, deixando de lado a explicação de que tal comportamento é fruto de um processo histórico, também o é, bem sabemos, mas a autora optou por outras vias de análise.
A questão central colocada por sua fala tinha como eixo as relações entre cultura, consumo e sustentabilidade (tema também do dossiê organizado pela CPFL Cultural).
As contribuições de Lívia para uma "antropologia do consumo" no Brasil são notáveis, contudo, a proposta de "consumo sustentável" apresentada pela autora deixa no ar questões mais complexas e intrincadas, as quais surgiram com força entre o grupo de antropólogos que lá estava. É, de fato, possível pensar em uma alternativa rumo ao consumo sustentável que leve apenas em consideração uma suposta "mudança cultural" por parte dos brasileiros? Em que medida essa solução é "politicamente correta" frente outras alternativas que precisariam confrontar montantes empresariais e repensar nossos modos de produção?
E além, a separação entre sustentabilidade ambiental (natureza) e consumo (sociedade) pode ser pensada como produtora de uma barreira que aumenta o - já grande - fosso entre natureza e cultura?

Assista ao vídeo: