segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O antropomorfismo antropomórfico de Terry Border



Terry Border é um artista, ou como ele próprio se define "Not an artist, but an arteest", que decidiu fazer uma exposição que apresenta os mais diversos objetos (ou coisas) em situações cotidianas. A divertida experiência do projeto "Bent objetcts - The secret life of everyday thing" mostra cenas cômicas e divertidas dessa suposta "vida secreta" onde as coisas, em situações antropomorfizadas, dialogam e interagem entre si.

Vale a pena conferir o caráter estético, divertido e criativo desse artista, que também lançou um livro de imagens contendo essas "cenas" cotidianas. Abaixo o vídeo de divulgação do projeto e o site onde é possível conferir diversas dessas "cenas secretas": http://bentobjects.blogspot.com/


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Antropologia em Cartoon




A escrita, sem dúvida alguma, é a forma privilegiada (e estabelecida) para apresentação de relatos e da experiência etnográfica, entretanto, em especial no campo da antropologia visual, outras experimentações - como a filme etnográfico e a fotografia - têm se mostrado muito interessantes. Para além de sua característica meramente ilustrativa, as imagens são formas de estabelecer uma expressão de outra ordem e geram um conhecimento etnográfico diferente da experiência leitura/escrita.
Mas o que acontece quando a etnografia é mostrada através de imagens, especificamente, de imagens desenhadas em forma de "cartoon"? Essa foi a experimentação de um grupo de estudantes da Universidade de Oslo, na Noruega.
A pesquisa, realizada no campus da Universidade, foi publicada em um livro, com poucas palavras e muitos desenhos (realizados pelos próprios pesquisadores). O livro narra a etnografia dos espaços públicos, informação, acessibilidade e tecnologia no cotidiano dos alunos dessa universidade.

Vale a pena conhecer o projeto, corre lá: http://anthrocomics.wordpress.com/
E mais ainda fazer o download do livro (muito interessante e divertido): clique aqui para baixar.

Boa leitura... ou melhor, boa experiência!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Trazendo as coisas de volta à vida

Imagem: Paul Klee

Nessa semana (buscando aliviar a tensão da proximidade de minha defesa de mestrado) li um artigo muito recente do Tim Ingold (2010), sobre a vida e a materialidade: "bringing things to life: creative entanglements in a world of materials". Fiquei absolutamente impressionada pela discussão acertiva e teórica desse autor sobre o lugar das coisas, tanto no mundo como na teoria antropológica.

Ingold começa por abordar o pintor Paul Klee (a imagem de uma de suas obras ilustra esse post), quem afirma que " as formas são o fim, a morte, a formação é movimento, ação, a vida". Para ele, "a arte não reproduz o visível, mas torna visível". E assim começa uma discussão interessantíssima sobre a materialidade (com farpas para Daniel Miller), sobre a agência (com farpas para Gell) e sobre as redes (pois é, sobrou até para o Latour).
O propósito de seu artigo, segundo afirma Ingold, é trazer de volta à vida um mundo efetivamente assassinado no pronunciamento de alguns teóricos, sua argumentação passa por 5 componentes fundamentais:
Objetos e coisas
Vida e agência
Material e materialidade
Improvisação e abdução
Network e Meshwork
O autor insiste que o mundo é habitado por coisas e não por objetos, fazendo uma distinção muito clara e convincente acerca dessa diferenciação. Busca estabelecer, assim, aquilo que entende por VIDA, de modo que a ênfase na agência material é consequência de uma redução das coisas em objetos.
As coisas são vivas, reforça ingold, e a vida é um ambiente inerente à circulação de materiais que continuamente dão forma às coisas, assim como, à sua dissolução.

Deixo aqui a dica deste belo artigo e, claro, o link para seu acesso:

Boa leitura!